O papel da
arte em relação a vontade
A constatação
da quase universal submissão do conhecimento aos
interesses e impulsos da Vontade, de que tratamos há pouco, não impede que o filósofo considere a possibilidade de uma
“libertação” deste jugo: “em alguns homens o conhecimento pode subtrair-se
desta escravidão, rejeitar este jugo e permanecer puramente ele mesmo,
independente de todo alvo voluntário, como puro e claro espelho do mundo: é daí
que procede a arte”.

procura
descrever o modo como através da arte é possível uma superação da dualidade sujeito-objeto, característica do mundo como representação. Quando atinge o
estado de contemplação profunda que caracteriza a experiência estética, o sujeito,
que antes “enxergava” uma clara distinção entre si mesmo e os objetos
representados, passa a “confundir-se” com eles, constituir com eles uma
unidade, espécie de eco da unidade de essência que os une: a essência comum que
compartilham, a vontade