
Kant inicia a Crítica
da faculdade do juízo procurando estabelecer a
especificidade do julgamento estéticos quando comparado a outros tipos de
julgamentos. Essa reflexão, ele a chamou de “analítica da beleza” e a dividiu
em quatro momentos.
O Primeiro Momento: compreende os parágrafos de um a seis. Neles, Kant afirma que os
julgamentos acerca da beleza estão baseados em sentimentos de prazer.
Entretanto, é uma espécie muito particular de prazer. Trata-se de um “prazer
desinteressado”. Isto significa que o sujeito que faz um julgamento estético
sobre um objeto não tem nenhuma necessidade de possuir ou consumir esse objeto,
ou seja, o objeto não desperta qualquer desejo no sujeito que o contempla.
Segundo
Momento: trata-se de fornecer uma dimensão
“universal” para os juízos acerca da beleza, retirando-os da total
subjetividade. Assim, ao fazer um julgamento sobre a beleza de algum objeto
pretendemos que todos possam perceber essa beleza e compartilhar do mesmo
sentimento. Entretanto, a universalidade do juízo acerca da beleza não é
baseado em conceitos. Ou seja, quando alguém propõe compartilhar o sentimento
de beleza, não pretende convencer os outros por meio da subsunção desse objeto
(singular) em um conceito (universal).

Quarto
Movimento: Kant acrescenta a idéia de necessidade para caracterizar a
especificidade do julgamento acerca da beleza. A necessidade refere-se a
dimensão da universalidade desses juízos.
para Kant existem quatro
faculdades principais no homem, as quais realizam a produção de conceitos e
processos teóricos e práticos no que poderíamos chamar de “sistema da mente”.
São elas:
(1) a intuição
sensível, que para Kant significa os mecanismos
perceptivos e sensitivos (portanto diferente do uso que hoje fazemos dessa
palavra);
(2) o entendimento o qual é responsável por “trabalhar” os dados da experiência sensível,
ou seja, da intuição, produzindo as idéias e os conceitos;
(3) a razão que possui autonomia e a possibilidade de extrapolar, ir além da
experiência sensível;
(4) a imaginação, que possui a capacidade de sintetizar as percepções fornecidas pela
intuição. Para Kant as percepções não são passivas elas são sintetizadas pela
faculdade da imaginação. Assim, a imaginação tem um importante papel no sistema
da mente. Ela esquematiza os conceitos do entendimento e os conecta com os
dados da intuição sensível.